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Rosa Mattos
“A preocupação com saúde das crianças, que a PepsiCo alega em seu bem redigido relatório, não está de acordo com a atuação das suas associações comerciais nos corredores do Congresso Brasileiro”. Esse é um trecho da fala de Paula Johns, diretora e fundadora da ACT Promoção da Saúde, na reunião anual global de acionistas da PepsiCo, uma das maiores indústrias de bebidas e alimentos ultraprocessados do mundo, que aconteceu no início de maio.
“Operando por meio de associações comerciais como a ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) e a ABIR (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes), a PepsiCo bloqueou ou enfraqueceu uma série de políticas de nutrição e saúde pública que salvam vidas. Ambos os grupos fazem lobby agressivo contra as políticas para proteger as crianças do consumo de produtos prejudiciais à sua saúde, como a proibição da venda de refrigerantes nas escolas, por exemplo”, afirmou Paula. Em sua participação na reunião, a diretora da ACT também trouxe dados do relatório recém-publicado “O sabor do açúcar”, realizado pela agência de jornalismo investigativo Papel Social. “Apesar de afirmar estar comprometida com a transparência, um novo relatório revelou que fornecedores da cadeia produtiva da PepsiCo estão envolvidos com desmatamento e violações direitos humanos. No Brasil, os salgadinhos da PepsiCo são produzidos com milho plantado ilegalmente em terras indígenas”, disse.
A ACT participou como convidada da campanha global @StopCorporateAbuse, e durante esta mesma reunião de acionistas foi votada uma resolução com um compromisso de que a gigante dos refrigerantes divulgue totalmente seus gastos políticos. Mas a proposta não foi aprovada e obteve apoio de “apenas” 18% dos acionistas, que representam U$42 bilhões de dólares em participações. De acordo com a Corporate Accountability, apesar de parecer uma derrota de lavada, a votação foi expressiva se considerarmos que é uma resolução inédita. Na semana passada, uma resolução semelhante foi votada na reunião de acionistas da Coca-Cola e teve apoio ainda menor, de cerca de 13%.
A resolução foi proposta por um grupo minoritário de acionistas, e exige transparência nos gastos não apenas de atividades políticas diretas (lobby, contribuições de campanha, etc.), mas de todas as táticas que as corporações usam para influenciar governos, desde o financiamento de pesquisas enviesadas até as doações de caridade, que tem objetivo de criar uma imagem de compromisso social para corporações que atuam contra políticas públicas de saúde.
A ACT Promoção da Saúde defende que o Estado crie mecanismos para impedir que as indústrias – principalmente as de produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente – não interfiram nas políticas públicas. E você?