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Mariana Pinho
A vigilância é um dos pilares do Sistema Único de Saúde, entendida como ter acesso aos dados da saúde da população, o que permite aos gestores e à sociedade tomar e demandar ações relevantes para proteção, prevenção e promoção à saúde da população.
Periodicamente, a saúde de meninos e meninas de escolas públicas e privadas vem sendo monitorada por meio da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, a Pense. Ela já foi aplicada quatro vezes: 2009, 2012, 2015 e 2019.
Estudantes das capitais brasileiras com idade entre 13 e 17 anos são o público alvo da pesquisa. Para 2019, diversos aspectos sobre sua saúde foram perguntados. Destacamos, neste texto, o tabagismo, com 14 perguntas.
Os dados de 2019 para tabagismo podem dar a falsa impressão de que o cenário estaria melhor do que em 2009. Não é bem assim. Isso se confirma com pesquisas complementares a esta, que mostram que, apesar da proporção de fumantes de cigarros convencionais estar menor nos tempos atuais, os jovens brasileiros estão experimentando outros produtos de tabaco, como o cigarro de palha, narguilé e cigarros eletrônicos.
A experimentação de cigarros oscilou entre os anos pesquisados: 22,9%, em 2009, 22,3%, em 2012, 19%, em 2015, e 21,0%, em 2019. O uso atual de cigarros teve os seguintes registros: 6,2%, 6,1%, 5,3% e 5,4%, para os respectivos anos estudados. No entanto, numa análise mais aprofundada, nota-se que o aumento da proporção de fumantes entre os escolares de 2015 para 2019 se deu em virtude do aumento entre meninas – de 5,3% para 6% – já que entre meninos reduziu de 5,4% para 4,7%.
Adicionalmente, análise do Instituto Nacional de Câncer mostra que quase a totalidade de estudantes não têm sido impedidos de comprar seus cigarros, e esse percentual passou de 86% para 96% entre 2015 e 2019, e 89,5% deles conseguem comprar em comércio regular como bares, botequins, padarias e bancas de jornal. A compra de cigarros avulsos (ou a varejo) é recorrente e passou de 33,4% para 38,5%, de 2015 a 2019, entre estudantes de 16 e 17 anos. Essa é a faixa etária com maior prevalência de experimentação. A proporção de estudantes que fumaram antes dos 13 anos, de fato caiu de 70,9% para 62,3%, entre 2009 e 2019.
A proporção de estudantes que já usaram narguilé em 2019 é de 7,8%. Esse dado corrobora os dados da Pesquisa Nacional de Saúde, que identificou que fumantes de narguilé de 14 a 24 anos passaram de 0,6% para 2,4%, entre 2013 e 2019. Isso quer dizer que muitos jovens passaram a usar narguilé e isso repercute em pesquisas com adultos. Para esses produtos há uma diferença regional, e as capitais da região Sul, Centro-Oeste e Sudeste apresentam percentual maior que a média nacional.
O cigarro de palha está presente em 2,6% dos entrevistados na Pense 2019.
Mesmo que muitas pessoas tenham a sensação de que os cigarros eletrônicos estão por toda parte, a Pense 2019 identificou que 2,8% dos estudantes das capitais brasileiras usam esses produtos. Esses dados seguem os números da Pesquisa Nacional de Saúde, em recorte com pessoas de 15 a 24 anos, que mostram que 2,38% usam, atualmente, os vapes, como também são conhecidos. Vale ressaltar que esses produtos são danosos e têm sido lançados como uma alternativa para adultos que querem deixar de fumar, mas evidências mostram que não cumprem a função, e muitas vezes acabam sendo usados conjuntamente com os cigarros tradicionais, entregando ainda mais nicotina e se tornando uma combinação muito perigosa. Pesquisa Datafolha, encomendada pela ACT, mostra que, apesar de sua comercialização ser proibida no Brasil, 31% compram em tabacarias e 12%, pela internet.
Assim, devem ser implementadas, o mais rapidamente possível, as recomendações do Relatório sobre o Impacto Regulatório aprovado, por unanimidade, por diretores da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, no sentido de ampliar ações educativas por meio de campanhas e aumentar a articulação entre diversos órgãos para melhorar a fiscalização desses produtos.
Na verdade, são Novos Cigarros, Velhos Problemas. Aqui no site https://vapevicia.org.br/5verdades, há mais informação, com a nova campanha da ACT Promoção da Saúde e parceiros, aproveitando que em 29 de agosto celebramos o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Acesse, conheça e compartilhe.