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Rosa Mattos
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica não-transmissível associada ao consumo de bebidas açucaradas – e o número de pessoas com a doença cresce a cada ano no Brasil. Para conter este avanço – e das demais doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) relacionadas à alimentação inadequada – uma das políticas públicas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde é a tributação das bebidas açucaradas. Mas será que a adoção de um imposto como esse teria algum impacto no número de casos de pacientes e mortes por diabetes tipo 2, no Brasil?
A resposta é sim – e muito. Um estudo realizado por pesquisadores de três universidades brasileiras, e recém-publicado em uma revista científica internacional, traz estimativas que confirmam que a adoção de impostos de saúde podem prevenir doenças crônicas e salvar vidas.
A pesquisa estimou quais seriam os números da prevalência, incidência e mortes por diabetes ao longo de 20 anos (entre 2019 e 2039) em dois cenários distintos de tributação: o primeiro, se a tributação fosse igual a atual, e o segundo cenário, em que o preço das bebidas açucaradas seria aumentado em 20%.
Com base nessa comparação, o estudo mostra que, se o Brasil adotasse um imposto de 20% sobre bebidas açucaradas, em 10 anos:
O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Federal de São Carlos, e recebeu financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). O artigo “Impact of a reduction in sugar-sweetened beverage consumption on the burden of type 2 diabetes in Brazil: A modeling study” foi lançado na edição de setembro da revista científica Diabetes Research and Clinical Practice, que é a publicação científica oficial da International Diabetes Federation (IDF).
Entre as referências utilizadas na pesquisa estão dois estudos que contaram com apoio da ACT Promoção da Saúde: “O lado oculto das bebidas açucaradas no Brasil”, realizado pelo Instituto de Efectividad Clínica y Sanitária (IECS), e o “Impactos sistêmicos das mudanças no padrão de consumo de bebidas açucaradas, adoçadas ou não, devido aos diferentes cenários de tributação”, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
“O governo brasileiro deveria considerar limitar o consumo de bebidas açucaradas através da implementação de tal política fiscal, pois esta terá um impacto direto na redução da carga de diabetes tipo 2”, conclui o artigo. “A implementação de políticas para reduzir o consumo de bebidas açucaradas ainda pode ter uma vantagem adicional de fornecer uma nova fonte de recursos públicos para apoiar a promoção de estilos de vida saudáveis”.