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Emily Azarias
Falar de mundo, de países e até de estados parece algo abstrato ou, ao menos, grande demais. Mas quando pensamos em intervenções públicas para desenvolver saúde, a cidade é a unidade de medida geográfica mais concreta para as pessoas e onde hoje vive a maioria da população.
Por isso, a Aliança por Cidades Saudáveis (Alliance for Healthy Cities ou a Cities 4 Health) reúne representantes de 70 cidades de todo o mundo em torno das melhores práticas comprovadas para a redução significativa de fatores de risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e lesões corporais – causas de mais de 80% das mortes no mundo.
A rede internacional, fundada em 2017, realizou a primeira cúpula neste ano e premiou cinco cidades pelas políticas públicas adotadas para proteger e melhorar o cuidado em saúde dos habitantes.
A Aliança avalia a implementação de 14 medidas comprovadas para a redução de DCNTs e de lesões: criação de uma cidade livre de fumo; proibição da publicidade do tabaco; aumento dos impostos ou taxas/taxas sobre o tabaco; imposto sobre bebidas açucaradas; definição de padrões nutricionais para alimentos servidos e vendidos em instituições públicas; regulamentação do marketing de alimentos e bebidas; políticas de serviços de alimentação mais saudável; redução da velocidade; aumento o uso de capacete de motocicleta; redução da direção sob efeito de álcool; aumento do uso do cinto de segurança; promoção da mobilidade ativa; prevenção de mortes por overdose associadas a opioides; e melhoria dos dados de saúde pública e dos sistemas de monitoramento.
As medidas de prevenção também foram avaliadas pela sustentabilidade e pela possibilidade de serem aplicadas em outros locais. As vencedoras conquistaram apoio financeiro da Bloomberg Philanthropies para fortalecer as iniciativas.
Três das cidades saudáveis premiadas são do continente americano: Montevidéu (Uruguai), Cidade do México (México) e Vancouver (Canadá). Elas foram homenageadas por intervenções na área de alimentação, de segurança viária e de vigilância sanitária.
Conheça os projetos:
Montevidéu
Foi destacada a política de cantinas saudáveis, executada na capital do Uruguai em escolas, órgãos da prefeitura e algumas universidades. O projeto estabelece padrões nutricionais para o preparo e para a venda de alimentos, com foco na redução de sódio. Além disso, foram elaboradas diversas campanhas na mídia e materiais educativos.
Cidade do México
Na capital mexicana, a implementação de uma ciclovia em uma área estratégica de circulação na cidade levou ao aumento em 275% no número de ciclistas. Além disso, um sistema de divisão de faixas para ciclistas, ônibus e carros, assim como o estabelecimento de zonas de carga e descarga e a melhoria da gestão das vias nas zonas escolares também contribuíram para a melhorar significativamente a segurança rodoviária e a mobilidade segura e ativa (ou seja, reduzindo o sedentarismo).
Vancouver
A cidade da província Colúmbia Britânica, no Canadá, foi homenageada pelo desenvolvimento de uma ferramenta online para rastrear indicadores de saúde, sobretudo para trabalhar com populações indígenas urbanas. Assim, a política tornou os dados de saúde mais inclusivos e acessíveis.
Atenas, na Grécia, e Bengaluru, na Índia também foram premiadas. A primeira, com políticas contra a crise de overdose de drogas e a segunda, com as ações para reduzir o consumo de tabaco em lugares públicos.
E o que o Brasil pode aprender com isso?
Representantes das prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza estiveram no evento Partnership For Cities For Health (Parceria por Cidades Saudáveis) apresentando iniciativas que tiveram um impacto positivo na redução de doenças crônicas e lesões.
A diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde, Paula Johns, participou do evento em Londres, Inglaterra, e destacou algumas políticas brasileiras de sucesso: “O Brasil está avançado em algumas áreas. Por exemplo, no entendimento do que são os alimentos ultraprocessados – e no próprio conceito de alimentos ultraprocessados, que acho que deve ganhar o mundo. E no controle do tabagismo, embora a gente ainda tenha que avançar muito”.
Paula Johns comentou ainda a importância de desenvolver ações a nível local: “A gente tem as políticas federais e a agenda global como orientação, diretriz, mas é na cidade onde as coisas de fato acontecem e as políticas podem ser implementadas”.
Sobre a Cities 4 Health
A Aliança de Cidades Saudáveis é patrocinada pela Bloomberg Philanthropies em colaboração com a Organização Mundial da Saúde e da Vital Strategies.