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Mônica Andreis
Data de Veiculação: 18/09/2012
Fonte: Zero Hora
Produto não tem eficácia comprovada e pode trazer tantos prejuízos à saúde quanto o cigarro normal, alerta Anvisa.
Propagandeado em sites como alternativa ao tratamento do tabagismo, mas proibido no Brasil, o cigarro eletrônico — também conhecido como e-cigarro —, ainda é questionado por órgãos de saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso desse produto a quem quer parar de fumar, orientação seguida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009 e apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).
A Food and Drug Administration (FDA), agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, faz ressalvas aos e-cigarros em seu site, advertindo que eles podem conter ingredientes cuja toxicidade para humanos é desconhecida. Não há comprovações científicas nem de que o cigarro eletrônico é eficiente no tratamento do tabagismo nem da segurança de sua composição.
— A descrição desses produtos é insuficiente e as fórmulas não são patenteadas, o que não nos dá garantia de procedência — argumenta o pneumologista Luiz Carlos Corrêa da Silva.
Em um reservatório, o cigarro eletrônico armazena uma solução de nicotina líquida, inalada pelo fumante no momento da tragada. Teria, portanto, função semelhante à de um adesivo ou goma de nicotina, com a vantagem de imitar o gesto de levar o cigarro até a boca e expelir fumaça, no caso, vapor d’água. A diferença é que os adesivos tiveram eficácia comprovada, o que não ocorre com o e-cigarro.
A norma da Anvisa abre margem para que os fabricantes submetam produtos desse tipo à aprovação da agência, mediante apresentação de estudos toxicológicos e testes científicos específicos que comprovem as finalidades alegadas. Até hoje, nenhum estudo foi submetido a análise — diz o chefe da unidade de Controle de Produtos da Anvisa, André Luiz Oliveira da Silva.
A Anvisa categoriza esses produtos como derivados do tabaco, sujeitos, portanto, às mesmas restrições e obrigações do cigarro comum. Nesse caso, para obter autorização ao comércio, deveriam usar mensagens de advertência, em vez de divulgar benefícios à saúde. Como isso não interessa aos fabricantes, as cigarrilhas de nicotina seguem irregulares no Brasil.
— O que esses produtos fazem é propaganda enganosa, estão se aproveitando de um nicho para vender um produto com risco associado — considera a diretora-executiva da ACT, Paula Johns.
Uma das fabricantes do e-cigarro, a americana Cigarti, alerta que “o produto contém nicotina, que é altamente viciante. Não é um dispositivo médico e não há nenhuma comprovação científica que o usuário possa deixar de fumar por causa dele”.
Para o psiquiatra Angelo Campana, integrante do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Drogas, o uso de cigarrilhas de nicotina pode se prestar mais à redução dos danos temporários causados pelo fumo do que a ajudar o tabagista a abandonar o hábito.
— Com a cigarrilha, o fumante está ingerindo a droga de uma forma muito semelhante ao cigarro — comenta Campana. O psiquiatra destaca que a reposição de nicotina é uma terapia reconhecida, com eficácia aumentada se associada a outras técnicas, como a administração do antidepressivo brupopiona e a terapia cognitivo-comportamental.
Um estudo publicado pelo American Journal of Preventive Medicine, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, afirma que o uso do cigarro eletrônico pode ajudar a largar o hábito de fumar. Mas outro, da universidade de Atenas, na Grécia, expõe exatamente o contrário: a pesquisa grega mostrou que a novidade pode causar danos aos pulmões.
Os cientistas contaram com 32 voluntários, sendo que oito nunca haviam fumado e 24 eram fumantes. Cada uma das pessoas usou os cigarros eletrônicos. Depois, os pesquisadores mediram a capacidade pulmonar dos indivíduos. Em quase todos os casos, aumentou a dificuldade de respiração.