Vamos contar hoje com a participação do Dr.Montezuma Pimenta Ferreira, do Instituto de Psiquiatria do HC FMUSP e também integrante da ACTbr. A idéia é fazermos um panorama geral do que existe para o tratamento do tabagismo e aos poucos vamos inserindo informações mais detalhadas sobre cada um dos métodos disponíveis. Então lá vai:

Existem diversos medicamentos de eficácia comprovada para o tratamento do tabagismo. E, ao contrário do que muita gente pensa, eles não servem apenas para os fumantes com dependência grave. Na verdade, a literatura científica nos ensina que “exceto em circunstâncias especiais, todo paciente que esteja tentando parar de fumar deveria ser encorajado a usar tratamentos farmacológicos efetivos para a cessação do tabagismo” (1).

Isto porque, de um modo geral, o uso de medicação duplica a chance de sucesso ao tentar largar os cigarros.

Os medicamentos comprovadamente eficazes para tratar o tabagismo são os seguintes:
•(reposição de) nicotina: goma de mascar, sistemas transdérmicos (adesivos), pastilhas, vaporizador (“inhaler”) e spray
•bupropiona
•vareniclina
•nortriptilina
•clonidina

Entre as pessoas que requerem avaliação mais específica dos riscos e benefícios do uso de medicamentos para parar de fumar estão as grávidas e os portadores de doenças cardiovasculares instáveis. Além disto, o uso dos medicamentos acima ainda não está bem estudado entre os adolescentes.

No Brasil, apenas a goma de mascar e os adesivos transdérmicos podem ser vendidos sem prescrição. Por isto, podem ser usados mesmo por fumantes que optem por parar de fumar sozinhos, sem acompanhamento profissional.

Embora sejam medicamentos seguros, a bupropiona, a vareniclina, a nortriptilina e a clonidina devem ser usados apenas com acompanhamento médico e sempre associados a um programa de apoio para deixar de fumar.

Referência:

1. Fiore MC, Bailey WC, Cohen SJ, et al. Treating Tobacco Use and Dependence. Clinical Practice Guideline. Rockville, MD: U.S. Department of Health and Human Services. Public Health Service. June 2000.

P.S: Henrique, aguarde que logo falaremos mais sobre a goma de mascar, ok? 🙂