add-search-to-menu
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u294706312/domains/typo.ag/public_html/act/wp-includes/functions.php on line 612110 de novembro de 2023
Rosa Mattos
Que semana! A PEC 45, da reforma tributária, foi aprovada no Senado na quarta-feira, dia 8/11, e segue agora para votação final na Câmara dos Deputados. E apesar dos problemas no texto aprovado – a sociedade civil vai dormir tranquila, com a convicção de que fizemos nossa parte. Só essa semana, foi compartilhaço virtual, debate em parceria com um grande jornal, ato político e coletiva de imprensa alertando para os riscos da reforma para a saúde e o meio ambiente, ufa! Uma reforma tributária 3S, saudável, solidária e sustentável, deveria ser óbvia, mas não é. A interferência nefasta das indústrias de produtos ultraprocessados, bebidas alcoólicas e tabaco é muito poderosa e conseguiu vitórias, apesar da atuação incansável de várias organizações da sociedade civil, pesquisadores e ativistas.
Mas a luta não acabou. A ACT fez uma breve nota sobre a aprovação da PEC 45 no Senado, que você pode ler aqui. E mesmo que sejam remotas as chances de mudança no texto da PEC, nós vamos insistir, em grupo, em diálogo, e com apoio de congressistas que apoiam uma reforma tributária 3S: saudável, solidária e sustentável.
Compartilhaço e debate no Valor Econômico
A semana começou com a mobilização virtual de diversas organizações, influenciadores e apoiadores, que participaram do compartilhaço virtual, que alertou para os riscos da reforma tributária para a saúde e meio ambiente, marcando senadores e senadoras nas postagens. Se você participou – nosso muito obrigada, foram centenas de compartilhamentos nas redes sociais.
Na terça-feira de manhã, o Valor Econômico e o Globo realizaram o debate “Reforma tributária e impactos na saúde”, em Brasília, em uma parceria da ACT Promoção da Saúde com a Umane. O evento reuniu integrantes da sociedade civil, Organização Panamericana de Saúde, Banco Mundial e integrantes do poder legislativo e executivo para debater os ganhos de um tributo saudável para a saúde e a economia. Se você perdeu o encontro presencial, o evento está disponível no Youtube.
Qual legado a reforma tributária vai deixar?
E na terça-feira à tarde, em parceria com as organizações integrantes da coalizão por uma reforma tributária 3S – saudável, solidária e sustentável, fizemos um ato público e coletiva de imprensa no Salão Verde da Câmara dos Deputados, com a participação especial de Roberto Gil, oncologista e diretor geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA), e de João Paulo Pacífico, CEO de investimentos de impacto do Grupo Gaia. O ato reuniu representantes da ACT Promoção da Saúde, Inesc, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Instituto Sociedade, População e Natureza, Abrasco, Instituto Sou da Paz – e também parlamentares que apoiam a reforma tributária 3S, como os deputados federais Nilto Tatto, Jandira Feghali e Erika Kokay, e os deputados federais Dr. Zacharias Calil e Tadeu Veneri.
Marcello Baird, coordenador de advocacy da ACT Promoção da Saúde
“O discurso dominante é o de que a reforma é para simplificar os impostos, para gerar crescimento econômico. Mas qual desenvolvimento econômico? Um desenvolvimento alinhado aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)? A gente tá realmente só discutindo qual setor econômico vai ganhar ou perder, ou estamos olhando para o futuro?”, afirmou Marcello Baird, da ACT Promoção da Saúde. “É nesse contexto que surgiu essa coalizão por uma reforma tributária 3S: saudável, sustentável e solidária, para gente alcançar uma reforma que vá além da simplificação e promova saúde, igualdade e meio ambiente saudável. Ela deve incentivar aquilo que é bom pra saúde das pessoas e do planeta, e não o contrário”
Roberto Gil, diretor geral do INCA
“Me causa preocupação ver que interesses setoriais podem se sobrepor aos interesses sociais na votação da reforma tributária”, afirmou Roberto Gil, diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA). “Hoje estamos provocando doenças em um nível em que não conseguimos tratá-las. E estamos fazendo isso quando deixamos de tributar produtos que são reconhecidamente causadores de doenças, esperando que a tecnologia traga soluções depois que o problema está instalado. Defender a sustentabilidade, a saúde e a solidariedade é defender o óbvio e o elementar, precisamos convergir esforços para nossa sobrevivência, nossa continuidade planetária”, concluiu o oncologista.
João Paulo Pacífico, CEO de investimentos do Grupo Gaia
“Por que a gente vai dar subsídio para um alimento que a gente sabe que faz mal à saúde das crianças? O Brasil tem condições de criar uma reforma tributária que olhe não só para a questão econômica, mas para a social e ambiental”, afirmou João Paulo Pacífico, CEO de investimentos de impacto do Grupo Gaia. “Não faz o menor sentido que um país do tamanho do Brasil, com a agroecologia e a agricultura familiar tão fortes, dê dinheiro para grandes empresas que produzem ultraprocessados, para concentrar renda e para fazer mal à saúde das pessoas.”
Paula Johns e Marcello Baird entregam 100 mil assinaturas da campanah Doce Veneno para deputados Jandira Feghali e Nilto Tatto
No evento, foram entregues aos parlamentares presentes três documentos: o “Manifesto por uma reforma tributária 3S”, assinado por mais de 130 entidades, o “Manifesto por uma reforma tributária que previna doenças promovendo a alimentação adequada e saudável”, assinado por mais de 120 organizações e grupos de pesquisa, e que pede que a reforma tributária esteja alinhada ao Guia Alimentar para População Brasileira, e a petição “Doce Veneno”, assinada por mais de 110 mil pessoas, e que pede que apenas alimentos saudáveis, e não produtos ultraprocessados, recebam tratamento fiscal favorável na reforma tributária.