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Anna Monteiro
“Nada sobre nós, sem nós” é o título do e-book sobre prevenção, cuidados e políticas públicas na área da dependência química para mulheres, elaborado durante encontro presencial promovido pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead) com parceiros e apoiadores, entre eles a ACT Promoção da Saúde. O objetivo principal foi recomendar, principalmente aos gestores, políticos e legisladores, políticas consideradas urgentes para as mulheres na área de saúde.
Na apresentação do documento, a Abead explicita a necessidade de mudança do cenário de uso de substâncias por mulheres, para contribuir um dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas, que é a busca por ações que promova a igualdade de gênero.
O consumo de substâncias entre as mulheres é um problema crescente na área da saúde pública, envolvendo outras áreas como assistência social, segurança pública, sistema de justiça, moradia, entre outras. No Brasil, de acordo com o Programa Nacional de Saúde, 17% das mulheres adultas afirmaram ter bebido uma vez ou mais por semana em 2019. O dado é semelhante ao levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo, que identificou aumento do consumo de 29%, em 2006, para 39%, em 2012, entre mulheres. Também foi identificado o beber em “binge”, considerado indicador do consumo nocivo, quando a pessoa ingere grandes quantidades de álcool (4 unidades de álcool para mulheres e 5 para homens) em um período curto de tempo (2 horas).
Estudos apontam que, tanto no Brasil quanto em outros países, as políticas de controle do consumo do álcool, tabaco e outras drogas não abordam questões de gênero, com pouco reconhecimento a respeito da importância de compreender o contexto e os desafios dos transtornos por uso de substâncias em mulheres.
De acordo com dados da Abead, mulheres são mais propensas do que os homens a enfrentar várias barreiras que afetam o acesso e a permanência no tratamento para a dependência química, tais como baixa percepção da necessidade de tratamento; culpa e vergonha; transtornos comórbidos; disparidades econômicas, laborais e de seguro saúde; responsabilidades de cuidados infantis e medo de retaliações ou sanções dos serviços públicos de proteção à criança.
A rede de apoio das mulheres também é bem mais frágil do que a dos homens, por vivenciarem o uso de substâncias em suas famílias de origem e/ou por suas parcerias afetivas. Suas chances são também maiores de terem sofrido abuso físico e sexual na infância, assim como de terem vivenciado situações de violência por parceiro e familiares.
Os especialistas reunidos no encontro foram unânimes ao concluir que, para desenvolver ações preventivas relacionadas ao gênero feminino, é preciso ter em conta peculiaridades específicas e incluir adolescentes.