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Parece que foi outro dia que reunimos algumas pessoas para trabalharmos com políticas públicas de controle do tabagismo, em forma de uma rede de organizações. O modelo foi bem sucedido. Mais tarde, incorporamos a alimentação saudável à nossa agenda e, no ano passado, o controle do álcool. E quando vemos, um espanto: são 18 anos de ativismo, produção de conhecimento, trocas de experiências, sem deixar de participar de discussões da Agenda 2030, coalizões e eventos nacionais e internacionais, como G-20 e Conferências das Partes de tratados.
Em 2024, a Rede ACT está ativa, somos 39 pessoas, entre funcionários e colaboradores numa equipe que cresce com respeito à diversidade e encara um desafio enorme em sua contribuição para o país: enfrentar pressões de empresas gigantescas, grupos políticos e denunciar conflitos de interesse para conquistar uma tributação mais justa, com impostos seletivos para produtos que fazem mal à saúde e ao meio ambiente.
Assim, a reforma tributária foi a palavra do ano para nós. Tivemos conquistas importantes, como produtos de tabaco e álcool nos seletivos, além da criação de uma cesta básica saudável com alíquota zero. Seguimos acompanhando a reta final das negociações, incidindo para que ultraprocessados, incluindo bebidas adoçadas, também tenham imposto seletivo, já sabendo que o próximo ano vai envolver extensas negociações para estabelecer as alíquotas ideais para essas categorias.
Outro ponto que mereceu muito a nossa atenção foi a regulamentação dos dispositivos eletrônicos para fumar e avançar na conscientização da sociedade sobre a importância de evitar que esses produtos enfraqueçam o bem-sucedido programa nacional de controle do tabagismo.
Por meio de pesquisa Datafolha divulgada há poucas semanas, vimos que a nossos esforços de advocacy, comunicação e campanhas têm sido reconhecidos pela opinião pública: a grande maioria da população concorda com uma tributação mais alta para cigarro, bebidas alcoólicas e ultraprocessados e que regulações desses produtos são necessárias.
Nesta edição, apresentamos alguns pontos de destaque, já que é impossível listar tantas atividades, ações e conquistas que tivemos ao longo do ano.
Em nome da equipe ACT, desejamos boas festas e um excelente 2025, com muita esperança no horizonte, saúde e paz!
Anna Monteiro | Diretora de Comunicação
|| Publicações
A maioria da população brasileira apoia o aumento da tributação para produtos que fazem mal à saúde, como cigarros, bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados, de acordo com a pesquisa Datafolha encomendada pela ACT e divulgada em novembro. O levantamento destacou que 82% da população concordam com o aumento da tributação de cigarro e derivados de tabaco e 77% com aumento da taxação de bebidas alcoólicas. Os ultraprocessados e bebidas adoçadas tiveram o maior crescimento de aprovação pela maior tributação, saltando 18 pontos percentuais em um ano e chegando a 64%.
A pesquisa revelou que estamos no caminho certo para convencer a opinião pública sobre os danos desses produtos. Questionados sobre a regulação do marketing em relação à bebida, nove em cada dez concordam que deve haver advertência no rótulo de bebidas alcoólicas indicando os malefícios à saúde. Sete em cada dez concordam que deve haver restrição para propaganda de cerveja na TV, nas redes sociais e em eventos esportivos e culturais. E 73% acreditam que a publicidade de cerveja sem álcool pode promover o consumo de cerveja com álcool.
Já sobre tabaco, três quartos da população maior de idade (75%) é a favor do reajuste anual dos impostos sobre cigarros para desestimular seu consumo. Ao mesmo tempo, oito em cada dez entrevistados apoiam que os fabricantes paguem ao SUS o custo do tratamento de doenças associadas ao tabagismo. E 79% concordam que os dispositivos eletrônicos para fumar devem continuar a ser proibidos, como prevê a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A proibição de sabores e aromas nos cigarros e produtos de tabaco é apoiada por 71% dos brasileiros adultos.
O cigarro e a cerveja subiram de preço em um ritmo bem menos acelerado que o feijão e o arroz, alimentos ricos em nutrientes que compõem a base da dieta nacional. A comparação é uma das conclusões do relatório Tabaco, Álcool e Alimentos: Evolução dos Preços e Prioridades nas Políticas Públicas, do economista Valter Palmieri Júnior, com apoio da ACT, que se juntou às demais evidências que demonstram a necessidade de aumentar a tributação de produtos nocivos para a saúde.
Lançamos, há um mês, dois estudos significativos para entender o peso das doenças causadas por álcool e ultraprocessados para a sociedade. Estimação dos Custos Diretos e Indiretos atribuíveis ao Consumo do Álcool no Brasil trata dos impactos do álcool na saúde e nas contas públicas do Brasil, lançado em parceria com a Vital Strategies e a Fundação Oswaldo Cruz. Ele revelou que o consumo de bebidas alcoólicas representou custos diretos e indiretos para o Brasil da ordem de R$18,8 bilhões em 2019, além de uma morte a cada 12 horas.
Já Estimação dos custos da mortalidade prematura por todas as causas atribuíveis ao consumo de produtos alimentícios ultraprocessados no Brasil, feito pelo pesquisador Eduardo Nilson, da Fiocruz Brasília e Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde, da Universidade de São Paulo, mostra um custo de pelo menos R$10,4 bilhões por ano pelo consumo de alimentos ultraprocessados, também usando 2019 como ano base. Esse valor equivale ao dobro do que é investido anualmente no Programa Nacional de Alimentação Escolar, 300 vezes mais do que é investido em Cozinhas Solidárias, 20 vezes o orçamento do Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação para Segurança Alimentar e Erradicação da Fome do Fundo de Ciência e Tecnologia e 18 vezes mais do que é investido no Programa Cisternas para captação de água.
Cada vez mais estudos livres de conflitos de interesse vêm demonstrando como os cigarros eletrônicos são prejudiciais à saúde, causam dependência, não ajudam a parar de fumar e não resolvem a questão do comércio ilícito – pelo contrário, esses novos produtos atraem mais jovens para o consumo e servem de porta de entrada para cigarros convencionais.
No fim de novembro, um estudo inédito realizado pelo Instituto do Coração, com nosso apoio, trouxe mais evidências: o nível de nicotina medido em usuários de cigarros eletrônicos chegou a ser seis vezes maior do que o de pessoas que fumavam uma média de 20 cigarros convencionais por dia, demonstrando um potencial de causar dependência ainda mais elevado. Os pesquisadores revelaram ainda que os níveis encontrados em alguns participantes do estudo nunca haviam sido encontrados em usuários de cigarros convencionais. E o pior: como já demonstrado por pesquisas como o Vigitel e o Covitel, a maior parte dos usuários desses produtos são jovens, principalmente pessoas de 24 anos ou menos.
A ACT também lançou materiais reunindo mais evidências sobre esses produtos, incluindo uma nota técnica completa e outros materiais que abordam pontos específicos.
Acabamos de disponibilizar, numa única plataforma, informações a respeito da ação movida pela Advocacia-Geral da União que requer que as maiores fabricantes de cigarros sejam obrigadas ao pagamento dos gastos incorridos pelo SUS no tratamento de 27 doenças comprovadamente atribuíveis ao consumo de cigarros.
Os detalhes da ação na Justiça Federal estão agora disponíveis de forma didática a operadores do Direito, imprensa, estudantes e a qualquer pessoa interessada na plataforma Quem paga a conta do cigarro, que conta com um resumo do processo, análises de especialistas, registros de experiências internacionais no tema e detalhes sobre os impactos causados pelo consumo de cigarro no país.
Embora o consumo de cigarros tenha caído, a posição do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não tem sido a de reconhecer os danos da nicotina e do tabagismo aos consumidores, nem o poder da indústria em captar o público jovem e manter a dependência.
Publicação lançada em junho, Ações indenizatórias contra a indústria do tabaco: análise da jurisprudência do STJ de 2010 a 2023 conclui que, de 38 decisões proferidas sobre o tema em ações de indenização, em apenas uma a Corte Superior reverteu o resultado favorável obtido pela indústria na primeira instância. Em nenhuma delas houve a condenação da indústria do tabaco por danos causados à saúde dos fumantes, fumantes passivos ou familiares das vítimas, tanto de forma individual quanto coletiva.
Este ano, apoiamos o lançamento de dois livros, em parceria com o Joio e o Trigo e a Editora Elefante. O Triunfo da dúvida, do epidemiologista David Michaels, que trabalhou no governo dos Estados Unidos, narra histórias reais que mostram a estratégia das indústrias de semear a dúvida por meio da distorção e da fabricação direcionada de evidências científicas. Seu lançamento aconteceu em fevereiro, em um evento híbrido com a participação online do autor e de especialistas em saúde coletiva.
Já em outubro, foi a vez do lançamento em português do premiado best-seller Gente Ultraprocessada, do médico, pesquisador e apresentador da BBC Chris Van Tulleken. Ele descreve a história dos alimentos ultraprocessados, a lógica de sua produção e os impactos que esses produtos têm em nossa saúde. Durante a semana mundial da alimentação, Chris Van Tulleken fez uma turnê no Brasil, deu diversas entrevistas e participou de rodas de conversa e eventos de lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Em novembro, em parceria com o Idec, lançamos o Dossiê Big Food 2.0: como a indústria interfere em políticas de alimentação. A publicação reúne informações e conceitos, e apresenta oito casos concretos e recentes, que demonstram a atuação da indústria para atravancar agendas públicas promotoras da alimentação adequada e saudável. O lançamento oficial aconteceu em um webinar e você pode acessar a íntegra aqui.
Na alimentação, 2024 foi ano de mais campanhas de mídia de massa, aumentando a conscientização sobre as doenças associadas aos ultraprocessados e a importância do Brasil aprovar uma reforma tributária saudável. Em parceria com a Aliança pela Alimentação Adequada Saudável, a ACT lançou uma nova fase da campanha Doce Veneno, em março. Em junho, ela foi relançada como Reforma Saudável, com filme estrelado pelo pediatra e sanitarista Daniel Becker exibido nas principais emissoras de TV aberta e fechada, spots de rádio, anúncios em mídias digitais e redes sociais, e ocupou o espaço do mobiliário urbano de grandes capitais, sendo vista por milhões de pessoas. A petição da campanha conta com mais de 166 mil signatários.
No tabaco, refletindo os dois principais temas trabalhados na área, duas campanhas se destacaram: a Conta do Cigarro, produzida em parceria com a agência Moringa, sobre a importância de aumentar a tributação de tabaco, especialmente porque os impostos pagos atualmente pelas empresas estão muito longe do valor gasto pelo país com custos de saúde e perda de produtividade. A campanha pode ser vista nas redes sociais, nas ruas de Brasília e no podcast Foro de Teresina, da revista piauí, entre novembro e dezembro.
Também produzimos duas fases da campanha Cancela o Vape, que incluiu parcerias com vários influenciadores e materiais de divulgação, inclusive spots no programa Rádio Novelo Apresenta, que também veiculou uma história, em setembro, sobre tabaco e álcool, intitulada Garotas-Propaganda, com mais de 65 mil downloads em uma semana. Uma nova história, sobre ultraprocessados, está para ir ao ar ainda em dezembro, no podcast Fio da Meada. Não perca!
O ano foi de estreia no projeto álcool. Iniciamos a primeira campanha de mídia de massa chamada Quer uma dose de realidade?, com duas fases. Além do impacto na sociedade, a campanha ainda levou o prêmio de prêmio Lusófonos de Criatividade, em Lisboa, iniciativa do Lisbon Awards Group, que valoriza o talento de agências e profissionais de países que falam português.
Nas ruas do Rio, São Paulo e Brasília, fizemos a já clássica projeção sobre problemas relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas e também adesivaço por bares e restaurantes. Na Lapa, zona boêmia carioca, ainda grafitamos uma parede em que mostra o braço da indústria oferecendo as doses de violência, acidentes de trânsito e doenças.
Estamos muito felizes em anunciar o lançamento do nosso novo site, marcando nosso aniversário de 18 anos. Com um design moderno, navegação intuitiva e conteúdos atualizados, o site foi desenvolvido para fortalecer nossa missão de promover políticas públicas em prol da saúde. Convidamos todos a acessarem o novo portal e a celebrarem conosco este marco tão especial.
Nosso Instagram teve um crescimento expressivo em termos de alcance e impressões, com um aumento significativo de mais de 150% no alcance diário único. Além disso, a análise dos dados sobre os seguidores revela um padrão de crescimento constante, com um aumento de mais de 70% comparado ao ano anterior, resultando em mais de 33 mil.
Influenciadores
Este foi o primeiro ano em que a ACT viralizou, graças a ações de comunicação em parceria com influenciadores digitais. Os vídeos para redes sociais produzidos em parceria com a jornalista Mirian Bottan e a atriz Laila Zaid alcançaram quase dois milhões de visualizações orgânicas cada um.
Na alimentação também envolvemos outros produtores de conteúdo digitais como Bela Gil, Alene @afroecologica, Gabriela Kapim, Luna Nutri, João Paulo Pacífico e Daniel Becker.
Essa estratégia também esteve presente nas áreas de álcool e tabaco. Na primeira, contamos com Anaterra e Luiza Possi e na segunda com Hanna Khalil e o historiador Ivan Mesquita.
As parcerias com podcasts e vídeos se mostraram muito positivas para levar nossas mensagens a um público cada vez mais diverso. Assim, além da Rádio Novelo e do Foro de Teresina, também tivemos participações no Ciência Suja, Olá Ciência, Nexo Políticas Públicas, Congresso em Foco, Metrópoles, Jota, Valor Econômico e Naruhodo, entre outros.
A presença da ACT em entrevistas, participação em matérias e artigos de opinião também tem sido reforçada, consolidando nossa organização como uma das principais fontes de informação sobre a área da saúde, ciências e economia, em relação ao custo dos produtos nocivos à sociedade. Até outubro, foram 212 participações em veículos de grande porte, como O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense, Agência Brasil; rádios e TVs, como Bandnews, CBN, Globo/Globonews, Record, SBT e Cultura; independentes, como O Joio e O Trigo, Agência Pública, Brasil de Fato, Nexo, Jota, Núcleo Jornalismo, e veículos regionais. Se somarmos toda menção à ACT também em veículos menores ou replicação de matérias, esse número chega a triplicar.
Em novembro, tivemos três focos especiais: o estudo de custo de álcool, que rendeu 583 citações à ACT; o estudo de custo de ultraprocessados, com mais 417 reportagens positivas e a pesquisa Datafolha, que respondeu a quase 4% das matérias publicadas.
Também participamos da formação de jornalistas, promovendo oficinas em parceria com O Joio e o Trigo e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
Ainda em março, a ACT liderou o Manifesto por uma reforma tributária alinhada ao Guia Alimentar para População Brasileira, com imposto seletivo sobre ultraprocessados. O documento foi assinado por 60 organizações da sociedade civil e personalidades, como os ex-ministros José Gomes Temporão, Arthur Chioro, Luiz Mandetta, Tereza Campello, os médicos Drauzio Varella, Daniel Becker e Carlos Monteiro, os economistas Eduardo Moreira e Mônica de Bolle, as chefs de cozinha Rita Lobo, Bela Gil e Rodrigo Mocotó, os atores Marcos Palmeira, Laila Zaid e Giovanna Nader, além de organizações da sociedade civil que atuam no campo da saúde, direitos humanos e justiça social.
A Câmara dos Deputados sediou, em 12 de junho, o “Dia Nacional de Mobilização por uma reforma tributária 3S: saudável, solidária e sustentável”, promovido pela ACT e várias organizações que integram o movimento. Foi lançado manifesto da reforma tributária 3S, que analisa os avanços e pontos de atenção do projeto de lei de regulamentação a partir da perspectiva da saúde coletiva, justiça social e proteção ao meio ambiente, ato público, ações de mobilização de tabaco, álcool e ultraprocessados, entrega de cartas aos parlamentares e um seminário internacional, que contou com participações de representantes do Banco Mundial, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e de ministérios.
Pela área de controle do álcool, foi montado um “open bar” diferente, com bebidas alcoólicas cenográficas e um cardápio surpreendente e inusitado, possibilitando ao público conhecer mais sobre os danos causados por esses produtos.
A Tenda dos ultraprocessados, atividade interativa que convida o público a conhecer a classificação de alimentos NOVA, apresentou um pouco do Guia Alimentar para a População Brasileira e convidou o público a montar uma cesta básica de alimentos alinhada às recomendações de saúde do Guia Alimentar. E no espaço dedicado ao controle do tabagismo, o público conheceu vídeos ganhadores do concurso “Cancela o Vape”, vídeos dos influenciadores e recebeu materiais informativos e brindes.
Para celebrar os 10 anos do Guia Alimentar para População Brasileira, a ACT desenvolveu a Tenda dos Ultraprocessados e a levou a diversos eventos, em parceria com o Rap da Saúde e grupos de pesquisa como Comida de Verdade, da Universidade Federal Fluminense, e o Núcleo de Alimentação e Nutrição em Políticas Públicas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Como parte da campanha Reforma Saudável, durante a semana mundial de alimentação saudável, a Tenda dos Ultraprocessados foi replicada em nove cidades em todo o Brasil, de Manaus ao Rio Grande do Sul, em espaços públicos, de lazer e de saúde, em parceria com núcleos locais da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, organizações integrantes e grupos de pesquisa.
A tributação mais alta de ultraprocessados foi uma das recomendações do Policy Pack, documento final do C20 – grupo de engajamento que garante que os líderes mundiais do G20 escutem as recomendações e demandas da sociedade civil organizada. Durante o processo de debate, promovemos o seminário virtual Reformulando a arquitetura de financiamento para acabar com a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição em todas as suas formas, em setembro, com a, Ação da Cidadania e WWF Brasil, em parceria com o Inesc e Comissão Independente para a Reforma da Tributação Corporativa Internacional (ICRICT). O encontro contou com integrantes do governo brasileiro e da sociedade civil, e debateu a desigualdade social em escala global, a desigualdade tributária, e o papel dos países no enfrentamento à fome com alimentos de qualidade, sem ultraprocessados.
No Brasil, participamos do 8º Congresso Luso Brasileiro de Auditores Fiscais, em Natal, e participamos e apoiamos o estande da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável no Congresso Brasileiro de Nutrição, o Conbran, em São Paulo.
A área de Redes e Coalizões da ACT organizou e participou de vários eventos e encontros internos e de parceiros sobre as áreas de atuação da ACT e também sobre as interseccionalidades de raça e gênero e os enfrentamentos das iniquidades em saúde.
A Plataforma de Advocacy Social ofertou três cursos em 2024, A economia política e o desenvolvimento sustentável, Advocacy para a agenda 2030 e Políticas públicas de controle do tabaco, para os quais abriu mais de 1000 vagas.
A Rede de Promoção da Saúde teve a adesão de 451 membros em 2024, sendo 415 pessoas físicas e 36 instituições. Em agosto, foi realizado o 17o Seminário Alianças Estratégicas para a Promoção da Saúde, que este ano teve o slogan Por um Brasil 3S – Saudável, Solidário e Sustentável, reunindo 150 participantes.
E vem aí a primeira novidade de 2025: o documentário Comida de Mentira, produção da Bodoque Filmes. O filme revela como a indústria dos ultraprocessados, movida pelo lucro a qualquer custo, não só avança sobre a saúde de milhões de pessoas, mas ameaça ecossistemas inteiros. Com narração de Denise Fraga e participações de Bela Gil, Carlos Monteiro, Daniel Beker, Denize Ornelas, Isabel David, Maria Louzada, Paula Johns, Raphael Barreto, Rute Costa e Rita Von Hunty. Cadastre seu email no site do filme e fique por dentro sobre o lançamento.
Em fevereiro, a ACT participou da 10ª sessão da Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, da Organização Mundial da Saúde, na Cidade do Panamá. A participação na COP10 permitiu o alinhamento das ações do Brasil com as diretrizes internacionais para o controle do tabaco. Em setembro, participamos do Congresso Mundial do Câncer, promovido pela União Internacional Contra o Câncer – UICC, em Genebra. Durante o evento, tivemos a oportunidade de nos reunir com diversos parceiros para fortalecer colaborações e compartilhar atualizações sobre políticas e iniciativas de combate ao tabaco.
Em março, a ACT e a Movendi organizaram um encontro de parceiros temáticos nacionais para discutir estratégias sobre álcool, em São Paulo, além de um encontro de especialistas para discutir estratégias de marketing e conflito de interesse. No mês de novembro, fomos a Barcelona para participar do Fórum Internacional da mesma organização. E no mesmo mês, foi realizado 1o Encontro Regional de Ação sobre Álcool em Bogotá, na Colômbia.
A equipe do projeto alimentação participou de pelo menos três eventos internacionais, o Southeast Asia Sweetened Beverage Tax Learning Forum, na Indonésia; o World Public Health Nutrition Congress 2024, em Londres; e o International Congress of Obesity, na Austrália. Neles, apresentamos nossa experiência e abordagem na incidência pelo imposto seletivo sobre ultraprocessados, que atualiza e vai além da recomendação da Organização Mundial de Saúde, de tributar bebidas açucaradas, e a necessária conciliação entre isenções fiscais para alimentos saudáveis e tributação mais alta de ultraprocessados como forma de enfrentar a sindemia global e promover justiça tributária e enfrentamento à fome com alimentação adequada e saudável.
Uma vitória que emocionou a sociedade. Acompanhamos em abril a decisão unânime da diretoria colegiada da Anvisa que manteve a proibição da comercialização, fabricação e publicidade dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar no Brasil. A norma atualizada, mais rigorosa que a de 2009, agora inclui também a vedação à produção, distribuição, armazenamento e transporte desses dispositivos em território nacional, além da proibição de qualquer modalidade de importação, inclusive para uso próprio e em bagagens de viajantes. A decisão é resultado de um processo regulatório que considerou as evidências científicas mais recentes sobre os DEFs e contou com ampla participação da sociedade.
No Supremo Tribunal Federal, dois julgamentos foram iniciados com votos favoráveis à saúde pública e à Anvisa. Um deles foi o da regulação do uso de aditivos em produtos de tabaco, especialmente os de sabores e aromas, medida importante para a prevenção do tabagismo (RDC 14/2012, da Anvisa), com o voto do relator, o Ministro Dias Toffoli.
O outro, da regulação do uso de alertas sanitários em qualquer divulgação e promoção comercial de alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio e de bebidas com baixo teor nutricional (RDC 24/2010), com os votos do relator, Ministro Cristiano Zanin, e do Ministro Alexandre de Moraes. Os dois julgamentos foram suspensos por pedidos de vistas do Ministro Alexandre de Moraes e da Ministra Cármen Lúcia, respectivamente, e devem ser retomados no primeiro semestre do ano que vem. A ACT atua como amicus curiae em ambos os casos.
A empresa de aplicativo de entrega, Rappi, foi condenada na Justiça a retirar, no prazo de 48 horas, todas as ofertas de cigarros eletrônicos, refis e produtos similares de suas plataformas digitais, sob pena de multa diária em caso de descumprimento, de R$10.000,00. Foi ainda imposta uma indenização por danos morais coletivos no valor de R$200.000,00. Essa sentença representa uma vitória para a saúde pública, sendo a primeira vez que a Justiça se pronuncia sobre o tema, o que poderá servir como precedente para futuras ações envolvendo plataformas de comércio eletrônico. A ACT atua como amicus curiae neste caso.
Neste ano, a ACT também lançou, no programa InovACT, um financiamento de projetos voltados ao fortalecimento de temas prioritários no controle do tabaco. Ao todo, estamos apoiando nove instituições distribuídas em sete estados e três regiões do Brasil. Entre outubro e dezembro, também foi realizada a primeira edição de um curso EAD gratuito sobre políticas públicas para o controle do tabaco. Por fim, em novembro, realizamos em parceria com o INCA o encontro “Racismo como Determinante Social da Saúde: Impactos do Tabagismo na Saúde da População Negra”, que trouxe um debate extremamente relevante, foi um sucesso de público e pode ser conferido na íntegra no canal do INCA no YouTube.
América Latina contra o álcool
Em novembro, fizemos parte da construção e lançamento da primeira Aliança Latino-americana de Ação sobre o Álcool (Alasa). O marco aconteceu no 1o Encontro regional de ação sobre álcool em Bogotá, na Colômbia. Entre os países que estão participando estão Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Guatemala, México e Costa Rica. A América Latina é a segunda região mais consumidora de álcool, perdendo apenas para Europa.
A ACT foi reeleita como conselheira do Conselho Nacional de Saúde para o biênio 2024/2027, na mesma composição dos anos anteriores junto com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – Femama e com a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia – Abrale. De acordo com o sistema de rodízio alinhado entre os parceiros, a Femama é titular da composição, a Abrale é primeira suplente e a ACT, segunda suplente.
Diretoria: Mônica Andreis (Diretora Geral), Paula Johns (Diretora Executiva), Anna Monteiro (Diretora de Comunicação), Daniela Guedes (Diretora de Campanhas e Mobilização), Fabiana Fregona (Diretora Financeira), Adriana Carvalho (Diretora Jurídica)
Edição: Anna Monteiro
Redação: Juliana Waetge, Rosa Mattos, Viviane Tavares
Mídias sociais: Victória Rabetim
Direção de arte: Ronieri Gomes