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Anna Monteiro
Para mostrar a relação estreita e perigosa que existe entre álcool, tabaco e câncer, a ACT produziu uma série de vídeos, intitulada “Cigarro na Garrafa.” A iniciativa tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca), da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e do Movimento Tudo Sobre o Fígado.
No primeiro vídeo, a diretora-executiva Paula Johns compara os riscos de câncer associado ao consumo de álcool e de tabaco. Segundo estudo da BMC Public Health, uma garrafa de vinho equivale a cinco cigarros para os homens e dez para as mulheres.
Já no segundo vídeo, o diretor do Inca Roberto Gil afirma que abandonar o hábito de fumar é mais difícil para quem bebe e afirma que não existe dose segura de álcool.
A cada ano, três milhões de pessoas, em todo o mundo, morrem em consequência do consumo de bebidas alcóolicas, o que equivale a 5,3% do total de mortes, segundo a Organização Pan Americana de Saúde.
Em 2020, mais 740 mil diagnósticos de câncer em todo o mundo foram associados às bebidas alcóolicas, ou seja, 4% dos novos casos da doença, de acordo com estudo publicado em The Lancet Oncology.
É preciso lembrar que, nos últimos anos, o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil dobrou entre os homens e aumentou quatro vezes entre as mulheres. O tratamento dos casos de câncer associados ao consumo de álcool, em nosso país, custou R$ 1,7 bilhão ao SUS, em 2018, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Se nada mudar, em 2030, os gastos devem chegar a R$ 3 bilhões. Em 2040, a R$ 4 bilhões.
O álcool representa fator de risco para mais de 200 doenças, como distúrbios mentais e comportamentais, cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito.
A reforma tributária é uma oportunidade para mudar essa realidade, tornando a bebida alcoólica menos acessível, por meio do aumento de impostos. A proposta de tributação que apoiamos, com base em estudos da Fundação Getúlio Vargas e Universidade Católica de Brasília, envolve imposto seletivo de 75% para cerveja e bebidas com até 8% de teor alcoólico, e 120% para destilados, equilibrando o preço por unidade de álcool, para reduzir o consumo em 20%, conforme acordado no Global Alcohol Action Plan da Organização Mundial da Saúde.
As melhores práticas internacionais estimam que o imposto específico baseado no teor alcoólico mais o imposto ad valorem baseado no preço de varejo faz com que a arrecadação sobre a cerveja, que tem 90% do mercado brasileiro, seja de R$ 59 bilhões, um aumento de R$ 22 bilhões em relação ao que é arrecadado atualmente.