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Laura Cury
Com a ampliação da expectativa de vida, a adolescência se prolongou, de acordo com especialistas. Em vez de ir até os 18 anos, como define o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adolescência pode se estender até os 24 anos. E é justamente na transição entre a adolescência e a vida adulta que os dados do Covitel (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia) chamam mais atenção.
De acordo com o estudo, os brasileiros de 18 a 24 anos dormem pouco, praticam menos de 150 minutos de atividade física por semana, não consomem frutas, verduras e legumes de forma regular e fazem uso excessivo de telas. Todos esses fatores estão relacionados ao aumento de 90% da obesidade entre as edições de 2022 e 2023 da pesquisa, quando o índice saltou de 9% para 17,1%. Do total de indivíduos nessa faixa etária, 1,4 milhão são hipertensos e 750 mil, diabéticos. São índices assustadores para pessoas tão jovens. Essa faixa etária também registra os maiores percentuais de uso de dispositivos eletrônicos para fumar.
Pessoas entre 18 e 24 anos também são as que mais consomem bebidas alcoólicas de forma abusiva: 32,6% bebem, na mesma ocasião, de quatro ou mais doses para mulheres e cinco ou mais para homens. Também são os que mais relataram não lembrar do que fizeram enquanto embriagados.
O álcool tem um lugar de destaque na sociedade. Está presente em comemorações, situações festivas, festas familiares. Começar a beber, para muitos, faz parte de iniciar a vida adulta. Mas, quais as consequências? Quase 5% dos jovens são dependentes ou sob o risco de desenvolver dependência de álcool.
As propagandas que estimulam o consumo de bebidas entre jovens para conquistar e viciar logo cedo esse público-alvo não contam que o álcool faz mal à saúde física e mental e que não existe consumo seguro. O álcool é um depressor do sistema nervoso central e pode piorar os quadros de depressão e ansiedade, diagnósticos em crescimento entre os jovens.
O mundo ainda vive as consequências econômicas e sociais da pandemia de covid-19. Entre adolescentes e jovens, o isolamento representou a perda do convívio social em uma fase em que a construção de laços fora da família e a convivência com pessoas da mesma faixa etária são cruciais para o desenvolvimento saudável. Além disso, muitos tiveram que lidar com o luto.
É preciso adotar medidas de promoção de saúde e qualidade de vida para essa população. Desde políticas públicas de saúde específicas até incentivos à prática de esportes e redução do uso de telas. É fundamental, também, restringir o acesso a produtos como tabaco, álcool e ultraprocessados. A reforma tributária é uma grande oportunidade para elevar os preços desses produtos e garantir incentivos fiscais para alimentos saudáveis. No entanto, enquanto não houver regras claras para as propagandas de bebidas, o imaginário em torno delas será o mesmo, de status e poder. A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende que qualquer dose é prejudicial, pois o álcool está relacionado a cerca de 200 agravos à saúde, incluindo câncer, doenças cardiovasculares, violência no trânsito, doméstica, sexual e até suicídios.