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Rosa Mattos
Fugindo da devida tributação na reforma tributária e pressionando por benefícios fiscais, judicializando e sabotando norma da Anvisa que busca coibir práticas excessivas da indústria que levem o público a padrões de consumo incompatíveis com a saúde, comprando o nome de locais públicos para publicidade sorrateira. Esses são alguns exemplos de como a indústria de ultraprocessados interferiu – e interfere – nas políticas públicas com objetivo de ampliar seus lucros e ganhos, a despeito do impacto de seus produtos na saúde e no meio ambiente. E estão retratados no “Dossiê Big Food 2.0”, que acaba de ser lançado pela ACT Promoção da Saúde e Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). Acesse https://naoengulaessa.org.br/#dossie e faça o download gratuito.
A publicação reúne informações e apresenta oito casos concretos e recentes, que demonstram a atuação da indústria para atravancar agendas públicas promotoras da alimentação adequada e saudável. O lançamento oficial aconteceu em um webinar no dia 6 de novembro, e você pode acessar a íntegra aqui.
Além da reforma tributária, naming rights e a judicialização da norma da Anvisa, são tratados na publicação o ESG como prática para limpar a imagem pública de indústrias poluidoras, as disputas envolvendo o Tratado Global contra a Poluição Plástica, a falácia ao redor dos produtos ultraprocessados plant-based, o criticado movimento global “Scalling Up Nutrition,” e o lobby da indústria durante a tramitação do projeto de lei que proibiu a oferta de ultraprocessados em escolas públicas e privadas no Rio de Janeiro.
Em cada um dos casos relatados, são listadas as atividades políticas corporativas utilizadas pela indústria. Entre elas: “criar apoio público para posições corporativas”, “acesso e influência na formulação de políticas”, “deslocar e usurpar a saúde pública”, “moldar evidências para criar dúvidas” e “gerenciar reputações em benefício corporativo”, entre outras.
“As corporações gerenciam informações e políticas a seu favor, sempre preocupada com a manutenção de uma imagem positiva diante do público e usando suas relações políticas para obter benefícios próprios, independentemente das consequências e dos impactos sociais ou ambientais que possam causar”, afirma trecho do Dossiê Big Food 2.0.
Além de documentar e expor as práticas corporativas e seus impactos, a publicação faz um chamado à ação, para que o poder público estabeleça limites e sanções às práticas comerciais que causam danos à saúde da população e do planeta, por meio de uma regulamentação mais rígida, maior transparência e resistência ativa contra táticas de lobby e marketing enganosas.