add-search-to-menu
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u294706312/domains/typo.ag/public_html/act/wp-includes/functions.php on line 612129 de março de 2019
Juliana
No começo desta semana, a ACT Promoção da Saúde foi surpreendida com a notícia sobre a decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, em criar um grupo de trabalho para estudar a diminuição do imposto sobre os cigarros. Digo surpreendida porque, em primeiro lugar, esse tema não é da alçada da pasta da Justiça e Segurança Pública e, em segundo lugar, a justificativa dada por Sergio Moro para tomar a decisão – coibir o contrabando do produto e colaborar com a saúde (?!) dos fumantes que compram os cigarros contrabandeados – é completamente absurda.
Agora vamos aos fatos. Em resposta à decisão do ministro, a ACT rapidamente divulgou uma nota pública, em que discordou firmemente da proposta apresentada. “Estudos nacionais e internacionais, e a própria experiência brasileira, mostram que o aumento de preços e impostos é considerado a medida mais eficaz para prevenção e redução de consumo de cigarros, sendo recomendado no artigo 6 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), tratado ratificado por 181 países, inclusive pelo Brasil”, esclarece a ACT na nota pública.
A polêmica decisão de Sergio Moro revoltou os setores da Saúde, Economia e a opinião pública de um modo geral. Quase ninguém compreendeu ou acreditou nos argumentos do ministro. Foram inúmeras manifestações contrárias à medida de Moro, repercussão de matérias na imprensa, que também informou rapidamente sobre os impactos da medida na saúde pública. Houve também repercussão internacional, especialmente em Lima, Peru, com a manifestação #ContraReduçãoImpostoTabaco de especialistas do curso de Liderança em Controle do Tabagismo para a América Latina.
Na entrevista dada ao programa Bem Estar da TV Globo, a diretora da ACT Mônica Andreis explicou as consequências que o aumento do imposto pode causar: “nós temos um risco maior no aumento do consumo, especialmente por parte dos jovens e isso é o oposto do que nós desejamos ou recomendamos em Saúde Pública. Além disso, espera-se um aumento das doenças relacionadas ao tabagismo e, consequentemente, o aumento dos custos com a doença e o tratamento. Nós esperamos, por parte do governo, que a política seja a oposta da que foi anunciada e que a gente tenha a manutenção de uma política tributária de aumento dos impostos, para que a gente observe a redução que nós observamos nos últimos anos”.
A semana está terminando, mas as ações da ACT não cessaram. Hoje divulgamos uma carta aberta, dirigida ao ministro Sergio Moro, com a assinatura de mais de 60 organizações da sociedade civil e sociedades médicas, brasileiras e internacionais, contra a medida e alertando que a redução na prevalência do número de fumantes no Brasil aconteceu justamente durante o aumento do preço dos maços.
No final desta sexta-feira, uma matéria do Nexo revelou que, três dias antes de publicar a portaria, representante do Ministério da Justiça e Segurança Pública se reuniu com o presidente do ETCO, organização que tem a Souza Cruz entre seus associados. Achamos estranha a coincidência.
Todos podem se manifestar contra a decisão do ministro, assinando a petição, contra a redução de impostos sobre o cigarro. Convidamos quem ainda tem dúvidas sobre o assunto que acompanhe as notícias relacionadas abaixo e que, também, leia a nota pública e a carta aberta da ACT.