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Anna Monteiro
Nos últimos tempos, os momentos de crise são acompanhados por situações de negacionismo e de mentiras, que surgem e são espalhadas numa velocidade assombrosa. Esse fenômeno aconteceu recentemente, com a tragédia climática no Rio Grande do Sul, e antes, com a pandemia da Covid-19. Fomos inundados com notícias falsas nas redes sociais.
Uma matéria assinada por Jaqueline Sordi, publicada no portal de notícias Sumaúma, que faz grandes reportagens sobre clima e meio ambiente, procura decifrar o modus operandi da chamada máquina negacionista: “manter em circulação e repetir indefinidamente alegações cujos fundamentos há tempos perderam validade à luz da ciência”, diz.
Para explicar como isso começou, Sordi recua no tempo até a década de 50, e vai para a sala onde foi traçada a estratégia de dissociar os estudos que apontavam a relação entre câncer e o fumo, dos produtos de tabaco. Ali, naquele ambiente, nasceram as primeiras táticas de publicidade e de relações públicas da indústria do tabaco, que serviram como uma espécie de manual para outros setores. O de combustíveis fósseis, por exemplo, o usa de A a Z, e o adapta para criar supostas controvérsias.
A indústria do tabaco, portanto, pode ser chamada de “pai do negacionismo”, título que recebeu do podcast Ciência Suja, em episódio de 2021, quando mostrou como enganou a opinião pública por tanto tempo. E continua tentando enganar, já que tenta aprovar os dispositivos eletrônicos para fumar como se fossem uma salvação.
A reportagem da Samaúma é focada na tragédia climática e cita a historiadora da ciência e professora da Universidade de Harvard Naomi Oreskes: “Toda vez que vemos um desastre climático, isso lembra as pessoas de que a mudança climática é real, que está acontecendo aqui, agora, e que está machucando e matando pessoas. Precisamente por essa razão, forças de extrema direita e pró-combustíveis fósseis em todo mundo entram em cena imediatamente para criar confusão. Isso aconteceu depois do furacão Katrina, nos Estados Unidos, e acontece agora no Brasil”.
De acordo com a reportagem, cientistas do Laboratório de Midia do Massachusetts Institute of Technology (MIT) mostraram que a desinformação on-line tem maior alcance e se espalha mais rápido do que as informações verdadeiras, e um dos motivos é a falta de modelos tradicionais de moderação.
Para superar esta situação, estudiosos sugerem que as pessoas conheçam as principais estratégias de desinformação que, assim como uma vacina, as deixariam imunes a fake News. Identificar e expor quem disseminou informação falsa também pode ser eficaz.
Afinal, se levamos meio século para desmascarar a indústria do tabaco, o planeta não tem o mesmo tempo para esperar desmascarar os negacionistas da tragédia climática.
Leia a reportagem da Samaúma na íntegra aqui.