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Rosa Mattos
Quando o assunto é esporte, vale tudo por recursos e patrocínio? Não. Enquanto a ciência avança cada vez mais na identificação dos impactos negativos dos ultraprocessados à saúde e ao meio ambiente, fica também mais evidente a contradição entre esportes, bebidas alcoólicas e refrigerantes, que são fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis que matam milhares de pessoas por ano.
Em uma iniciativa inédita, um grupo de quase 70 organizações da sociedade civil global, incluindo a ACT Promoção da Saúde, estão em campanha pelo fim da publicidade da grande indústria de refrigerantes nas olimpíadas e outros eventos esportivos. A campanha “Kick Big Soda Out of Sport” (“Expulse a grande indústria de refrigerantes do esporte”) destaca esses danos e pede que o Comitê Olímpico Internacional tome uma medida decisiva: o fim do patrocínio olímpico da Coca-Cola.
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A campanha também pede que o COI se comprometa a rejeitar futuros patrocínios de empresas que não estejam alinhadas com os valores olímpicos e a adotar parcerias com entidades genuinamente dedicadas à promoção da saúde e da sustentabilidade. Até agora, mais de 100 mil pessoas assinaram a petição, junte-se a nós e assine você também aqui!
“Ser um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos permite que as empresas cubram os locais e eventos com seus logotipos, atingindo um público de mais de 3 bilhões de pessoas que assistem os jogos em casa”, afirma Trish Cotter, líder global do Programa de Política Alimentar da Vital Strategies, organização de saúde global e uma das realizadoras da campanha.
“Essa petição ressalta a necessidade de o COI priorizar a saúde das pessoas e a sustentabilidade do nosso planeta em detrimento dos interesses comerciais”, reitera Alejandro Calvillo, diretor da El Poder del Consumidor, uma organização sem fins lucrativos de direitos do consumidor no México e que também é aliada na campanha. Ainda segundo Alejandro “ao se distanciar das grandes empresas de refrigerantes, o COI tem uma oportunidade sem precedentes de manter sua reputação como um farol de integridade, excelência e responsabilidade social.”
Jogo sujo
E aproveitando os Jogos Olímpicos em Paris, a ACT lança “Jogo sujo: um olhar crítico sobre os megaeventos esportivos no Brasil e a Big Food”, uma publicação originalmente redigida em 2018, que faz um balanço sobre o legado das Olimpíadas (2016) e Copa do Mundo (2014) no Brasil. O relatório mostra o caso de duas grandes corporações de produtos ultraprocessados – a Coca-Cola e o MC Donalds – e como a indústria de ultraprocessados se beneficiou com o evento olímpico, tanto no campo da publicidade quanto no dos incentivos fiscais. Uma história que se reatualiza a cada novo grande evento, e que precisa ser interrompida, pelo bem da saúde pública, assim como foi feito com os cigarros.
“Um olhar crítico para a atuação das megaempresas da Big Food, Coca-Cola e McDonald’s no Brasil deixa claro que assim como Normas de Conduta do McDonald’s são apenas “para inglês ver”, um as práticas da Coca-Cola indicam que a empresa está preocupada apenas com uma sustentabilidade para gerações futuras: a própria”, afirma o relatório. “Não é novidade que essas empresas, com faturamento de bilhões de dólares, empregam os mais variados artifícios para deixar de pagar os impostos devidos no Brasil e em outros países. No entanto, o Brasil pode e deve exigir uma prestação de contas rigorosa de acordo com a legislação proposta antes da Copa e Olimpíadas.”
O banimento de fabricantes do tabaco no patrocínio esportivo é uma inspiração e exemplo de sucesso. “A ação é resultado de um dos artigos da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), que dispõe sobre a publicidade e o patrocínio realizado por fabricantes do tabaco, incluindo aqueles por meio do esporte. A conduta se baseia na premissa de que é contraditório associar hábitos saudáveis a marcas de produtos sabidamente nocivos à saúde. Por isso, é preciso disseminar cada vez mais as implicações que alimentos e bebidas ultraprocessados têm sobre a saúde, acompanhado do avanço da agenda regulatória sobre alimentação no Brasil.
Com pesquisa e redação de Claudia de Andrade e Flávia Haug, e coordenação de Paula Johns, o relatório recomenda que o Poder Público e a sociedade civil estejam atentos e façam pressão para assegurar que: