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Juliana
No fim do mês passado, a revista Veja publicou uma matéria falando sobre o alto índice de suicídios em Santa Cruz do Sul, RS, que fica na região responsável pela maior parte da produção de fumo do Brasil. Segundo a reportagem, na última década, o índice na cidade foi de 76 suicídios por ano a cada 100.000 habitantes pertencentes a famílias de fumicultores – enquanto a média nacional é muito, muito menor, ficando entre 4 e 6. Considerando a população geral de Santa Cruz do Sul, o número fica em 16 – ainda suficiente para deixá-la em primeiro lugar dentre os municípios brasileiros com mais de 100.000 habitantes.
Não é a primeira vez que o tema aparece na mídia. Em 2016, a BBC Brasil já havia publicado um texto em que a diferença entre os índices gerais do país e os específicos das regiões produtoras de fumo era identificado. Se acumulam casos de pessoas com familiares que trabalhavam com o cultivo de tabaco e acabaram se suicidando.
Uma das principais hipóteses é que o uso de agrotóxicos, que é bastante alto em plantações de tabaco, contribui para casos de depressão entre agricultores. A reportagem da BBC destaca uma pesquisa da UFRGS que concluiu que essa associação de fato existe.
Além dos agrotóxicos, o contato com a própria nicotina também pode agravar ainda mais a situação. Segundo a Veja, uma nova hipótese é que a exposição a grandes doses da substância, a que os produtores acabam sujeitos, potencializa e aumenta os sintomas da depressão.
A nicotina também é responsável pela doença da folha verde, muito comum nessas regiões, e que tem como principais sintomas náuseas, dores de cabeça, fraqueza e tontura.
A CQCT, tratado internacional de controle do tabaco assinado pelo Brasil, tem artigos determinando que o país deve estimular a diversificação de culturas para produtores de tabaco. Um programa foi então implementado e várias famílias conseguiram diversificar sua produção, mas ele vem sofrendo cortes e pressão por parte da indústria.