add-search-to-menu
domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init
action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u294706312/domains/typo.ag/public_html/act/wp-includes/functions.php on line 612116 de abril de 2019
Victória Rabetim
O Grupo de Trabalho em Políticas Fiscais de Saúde, que incluiu renomados especialistas em economia, saúde e representantes do governo, se reuniu em 2018 para analisar as evidências em políticas fiscais para a saúde. A publicação foca na efetividade da aplicação do tributo sobre consumo para prevenir e reduzir as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs). O documento também destaca como a tributação desincentiva o consumo de bebidas açucaradas ao repassar o aumento de preço ao consumidor comparado com outros bens de consumo.
A força-tarefa desenvolveu um estudo para estimar os efeitos na saúde e na arrecadação a partir do aumento de tributos sobre as bebidas açucaradas (assim como sobre o tabaco e sobre o álcool). Pesquisadores simularam o impacto da tributação, caso todos os países tivessem implementado um aumento significativo, de tal forma que os preços ficassem entre 20% e 50% acima dos seus valores atuais. A pesquisa também estimou o impacto destes aumentos ao longo de um período de 50 anos para levar em conta os impactos na saúde tanto a curto quanto longo prazos.
Principais achados:
O argumento da indústria que a tributação implica na perda de empregos (ao reduzir as vendas) deturpa o tamanho da força de trabalho empregada pela indústria e a forma como o mercado responde a mudanças nos padrões de demanda. Na verdade, os consumidores que reduzem gastos em produtos tributados irão comprar outros produtos, substituindo empregos de um setor para outro.
O argumento da indústria de que a tributação sobre as bebidas açucaradas é regressiva (isto é, que o impacto afeta mais as famílias pobres do que as ricas) não se sustenta. Famílias mais pobres vão receber uma maior parte dos benefícios como resultado da tributação porque sofrem mais o custo para a saúde e para a economia gerados pelo consumo destas bebidas, e porque estes grupos tendem a ser mais afetados pela medida do que as famílias mais ricas. Por esta razão, os benefícios para a saúde superam as perdas com a tributação.
Mensagens-chave:
Os resultados apresentam evidências que reforçam a efetividade de políticas fiscais como a tributação sobre bebidas açucaradas como uma medida de saúde pública efetiva e que governos devem adotá-la para melhorar a alimentação e a saúde da população.
Os impostos sobre as bebidas açucaradas devem ser altos o suficiente e aumentados o mais rápido possível, a fim de reduzir o consumo desses produtos e melhorar a saúde. A OMS recomenda que tributação sobre bebidas açucaradas sejam elevadas de tal forma que aumentem os preços dessas bebidas em pelo menos 20%.
Aumentar os preços das bebidas açucaradas a partir do aumento de impostos reduz o consumo e salva vidas. Apesar disso, essa medida ainda é uma ferramenta subutilizada para melhoria da saúde em países de baixa e média renda.
O argumento da indústria de que a tributação sobre as bebidas açucaradas gera perda de empregos e prejudica as famílias mais pobres é exagerado e não representa a realidade. De fato, consumidores vão comprar outros produtos e, de um modo geral, empregos não serão perdidos. O mais importante é que os pobres serão os mais beneficiados na saúde com a tributação.
Veja o estudo completo em inglês: http://bit.ly/HealthTaxesReport