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Anna Monteiro
Vida de alcoólatra é o nome do novo blog que a Folha de S. Paulo lançou. Escrito por uma jornalista sob o pseudônimo de Alice S., a intenção é expor a trajetória da autora em 28 anos de alcoolismo, suas perdas, medos, internações, acompanhamentos psiquiátricos. Com isso, levar os leitores a refletir e poder ajudar a quem passa por situação parecida.
“Os textos serão sobre a minha experiência nesta doença, as minhas aflições e a minha recuperação. Aprendi que falar sobre mim ajuda muitos outros alcoólatras a se sentirem confortáveis para encarar a doença. O meu alcoolismo pode ecoar de alguma forma positiva em alguém que esteja precisando de ajuda e informações sobre essa doença”, diz a autora.
Apesar de termos cada vez mais informações sobre os danos causados pelo consumo de bebidas alcoólicas, seus efeitos nocivos ainda não são tão conhecidos quanto os do tabaco, por exemplo. E o álcool, no entanto, está associado a mais de 200 doenças, incluindo as mentais e que podem levar ao suicídio, à violência no trânsito, doméstica e a homicídios.
Recentemente, uma nova pesquisa da Universidade de Oxford e instituições da China chegou à conclusão de que o consumo de álcool aumentou os riscos para o aparecimento de 61 doenças. Vinte e oito delas já eram reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde, mas agora outras 33 também tiveram sua associação com o consumo de álcool, como câncer de pulmão e estômago, diabetes e tuberculose.
A psiquiatra Analice Gigliotti, em sua coluna à Veja, apresentou um estudo da Universidade de Brasília que concluiu que quatro em cada dez pessoas que cometeram suicídio no Distrito Federal, entre 2005 e 2014, usavam substância psicoativa como álcool e drogas. A relação, segundo ela, faz todo sentido, já que a bebida aumenta a desinibição, a impulsividade e a agressividade, podendo ser um facilitador para um ato tão extremo.
O estudo da UnB, de acordo com a psiquiatra, confirma o álcool como um perigo concreto e que, no Brasil, é consumido em excesso e cada vez mais. Cerca de 26% dos menores de idade já bebem e a média de iniciação é de 12 anos. Para ela, o marketing, durante anos, focou no público masculino, mais impactado pelo uso abusivo. “Na nossa sociedade machista e patriarcal, homens são educados a sofrerem em silêncio. Sem compartilharem suas angústias e questões, acabam compensando a dificuldade de lidar com seus sentimentos na dependência de álcool e drogas”, escreve.
Com todas as evidências que vão se acumulando, é preciso olhar também para o lado de que as bebidas alcoólicas ainda têm um mercado bastante desregulamentado. É necessário um pacote de medidas de saúde pública para conter essa pandemia. As empresas fazem propaganda, mesmo dentro de um horário mais restrito, podem fazer promoções e patrocínio, vendem seus produtos em qualquer lugar, garantindo uma acessibilidade grande. São produtos que pagam poucos tributos para compensar tantos danos.
A Organização Pan Americana de Saúde tem uma campanha em que aponta alguns caminhos, Viva melhor, reaja. Nela, apresenta o pacote SAFER. Acompanhe.